terça-feira, 16 de setembro de 2014

CRONICA DE OPINIÃO HOJE EMITIDA NA DIANA/FM

                                    Silly season forever!

Terça, 16 Setembro 2014 09:36
Eis-nos de volta para mais uma temporada da série de crónicas da Diana que agradeço desde já: à Diana FM, pela renovação do convite, e aos ouvintes pela gentileza de me continuarem a ouvir.
Esta nova temporada trará normalmente para dar o tom, como fiz anteriormente com verbos, provérbios e citações, um estrangeirismo na e da nossa língua portuguesa. É verdade que muitos deles já foram domesticados, isto é, aportuguesados. E os mas recentes ainda não constam, maioritariamente, nos dicionários oficiais. Mas como sou de uma geração que se habituou a ver o resto do mundo tão perto de casa, parece-me que estas “contaminações” longe de serem um ataque à língua portuguesa são, precisamente, sinal e ao mesmo tempo instrumento para que as palavras, as realidades e as ações se aproximem mais umas das outras, que a linguagem se familiarize com as novas e por vezes estranhas realidades. E para começar cá vai o primeiro nesta crónica que intitulei “silly season forever!”.
Por mais apatetada que a época de veraneio tenha fama de ser em termos de comunicação e interação social, parece-me que ela faz mais falta assim mesmo do que poderia julgar-se. É que se não é silly no momento próprio arrisca-se a, pelo menos, parecer igual ao resto do ano e que esse resto-do-ano se torne tão sillycomo a season que devia ter sido. E a verdade é que esta deste ano o foi muito pouco… Um balde de água fria… que, afinal e literalmente, até teve e tem por trás assuntos muito sérios. Nada temos contra os temas sérios permanecerem assim durante o período balnear, de preferência aqueles que não implicam decisões que nos apanham a banhos e nos tramem a vida. Mas este foi um Verão de guerras sangrentas, um tempo de mortes prematuras, uma época de novos descréditos no sistema económico-financeiro, mas também partidário (se é que ainda era possível mais!). Um quase convite à revolta ou à desistência, sendo qualquer um dos caminhos, extremos, perigosos por várias e demoradas razões. Quase desejámos que a rotina dos dias de escola e trabalho regressassem rapidamente e em força, a ver se as coisas acalmavam!
E em Évora? Em Évora a água correu mais um ano nos canos, o que nem sempre acontecia nas silly seasons de há uma década atrás. E as festas, os palcos e as artes continuaram a percorrer, à sua maneira, as aldeias e as praças da cidade, colhendo-se nesta época um trabalho que se plantou, regou e fez crescer em anos anteriores. É que estas coisas de valor demoram o seu tempo a crescer, por mais que se tente querer fazer parecer que são “cenas” instantâneas. Não é do pé para a mão que se fazem, pese embora por vezes não seja preciso muito para que aparentemente se desfaçam ou fiquem lá perto. Apenas alguma gente, não muita, com algum interesse nisso.
Até para a semana.

Cláudia Sousa Pereira

2 comentários:

Anónimo disse...

Exactamente, já no Alandroal as coisas são feitas dos pés para as mãos, ou das mãos para os pés, tudo o que se vinha fazendo, tem de ser rapidamente parado ou destruído.Quem quer frutos tem muito bem que regar a sua plantação.

Anónimo disse...

Pudera!!! Vocês mamaram a fruta toda!!!