Esta colectânea de textos despretensiosos recorda-nos tempos nos quais imperavam valores que se perderam no evoluir da sociedade.
São pequenos contos que nos transportam no tempo e nos deixam um sorriso nos lábios.
Histórias que se voltam a publicar no Blog Alandro al
O QUINCAS
Era o Quincas, pessoa de maneiras finas, de extrema educação… que gostava de exibir os seus conhecimentos gramaticais empregando um palavreado que bastas vezes deixava confusos todos aqueles que por motivos óbvios não tinham acesso ao dicionário.
Para ele o jornal era o periódico, o cinema, a sétima arte, a esmola, o óbolo, o penico o vaso da noite e por aí fora. O Quincas era também, pelas suas maneiras finas, o Mestre-de-cerimónias nas Procissões chamadas de Gala, era a ele que competia a direcção dos actos inseridos nas mesmas. Assim, numa Procissão dos Passos, e quando se procedia ao Solene Encontro, quando os Andores com as Imagens de S. João e a Sr.ª das Dores se põe face a face com o Andor do Sr. dos Passos, devem aqueles que os conduzem ajoelhar-se em sinal de cumprimento. O Quincas ditava as palavras de ordem… em frente… para a esquerda… mais à frente… mais para o lado, e quando tudo já estava a jeito o Quincas diz então… vamos… vamos, agora a genuflexão… e exemplificou dobrando o joelho… só que o que ia atrás nunca tinha ouvido tal ”palavrão”, nem lhe foi possível ver o gesto. Conclusão: três ajoelharam, um não, e Andor de pantanas. Só não teve consequências mais graves porque o povo acudiu de imediato e evitou que o Senhor dos Passos se estatelasse ao comprido.
Saudações Marroquinas
Xico Manel
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